segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Havia no Céu, Havia no Chão

Passo tão despercebida
Que fico mais volátil
Passa tão rápida a minha vida
E nada parece fácil

Na imensidão do azul
Eu sempre me perco
Queria chegar ao chão
Mas temo um começo

Desmancha, desfaz
Mistura-se no outro
Que liga que faz?
Virei um contorno,
Quero muito além, além
Do que é capaz.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Todo Sentimento

Preciso não calar
Esse silêncio que ecoa
Preciso não falar
O que é só para sentir

Preciso te olhar
E saber que está comigo
Vou por aí caminhar
Vou sair desse abrigo

Sentir o sereno
Não parar o vento
Dar pequenos passos devagar
Esvaziar esse si
Que preciso cuidar

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

De olhos abertos

Passo
A passar
Os passos largos
Á pequenas passadas

Fico
A ficar
Nos fios infinitos
Que encontram na vida

Pulso
Um coração
Pequeno e forte
Pulsa sangue, pulsa meu pulso

Transito
Nos lados que faço existir
Vejo os visíveis
Os que não vejo, eu crio

Desvinculo
Dos espaços ilusórios
Habito outros
Onde prefiro estar agora

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Ainda encontro...

A fórmula do amor.

Por não saber explicar direito o que eu ando sentido, vai uma música que se encaixa nos meus sentidos limitados.

"Eu tenho o gesto exato, sei como devo andar
Aprendi nos filmes pra um dia usar
Um certo ar cruel de quem sabe o que quer
Tenho tudo planejado pra te impressionar

Luz de fim de tarde, meu rosto em contra-luz
Não posso compreender, não faz nenhum efeito
A minha aparição será que errei na mão?
As coisas são mais fáceis na televisão

Mantenho o passo alguém me vê
Nada acontece, não sei porque
Se eu não perdi nenhum detalhe
Onde foi que eu errei?
Ainda encontro a fórmula do amor

Eu tenho a pose exata pra me fotografar
Aprendi num vídeo pra um dia usar
Um certo ar cruel, de quem sabe o que quer
Tenho tudo ensaiado pra te conquistar

Eu tenho um bom papo e sei até dançar
Não posso compreender, não faz nenhum efeito
A minha aparição será que errei na mão
As coisas são mais fáceis na televisão

Eu jogo um charme, alguém me vê
Nada acontece, não sei porque
Se eu não perdi nenhum detalhe
Onde foi que eu errei?

Ainda encontro a fórmula do amor..."

É, ainda encontro.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

SOS!

nada pra falar
nada pra fazer
nada pra sentir
nem pensar
enfim
vazio

eu queria saber:
como é gostar de alguem de novo?
sentir friozinho na barriga
talvez assim, eu nao me sinta tão vazia
por ter algo novo na vida
socorro! eu não estou sentindo nada
me belisca?

sábado, 14 de junho de 2008

Pó Estelar

Se não fosse meu cabelo bagunçado
E os meus olhos tão inchados
Talvez eu me sentiria melhor

Vestida neste pijama velho
Calçando um rosa e cafona chinelo
É, talvez eu seria melhor

Se não soubesse da sua vida
Não me sentisse tão perdida
Acho que ficaria menos só

A casa está limpa e vazia
Não tem leite na cozinha
Eu me sinto, tão, mas tão pó

Se não esperasse por alguém
E alguém morasse em mim
Talvez eu me sentiria melhor
Ficaria menos só, seria menos pó
Menos pozinho de estrela.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

À Superfície

Tudo tende ao tédio
Tudo tende a ter
Tudo tem de ater
Ata-me

Pus meus sentidos nas palavras
Assim como faço com estas
Nem sempre elas me bastam
Mas são sempre uma companhia certa

E de muito, há muito tempo antes
Das poucas pessoas que convivi e que talvez ainda tenho
São deveras entendiantes
Para partilhar este contento

Fale mais alto! Sobre o que fala?
O que é esse som oco?
Acho que é minha voz abafada
De quem está na merda
No meio deste monte de privada

sábado, 3 de maio de 2008

Então, para que chorar?

Para este dia
Que despedir me deu febre
Que me deixou sozinha
Fechada no meu verbo

Alguns bateram na minha porta
Mas eu fechei, cada uma
Uma de cada vez
Sou carangueijo, sou água, sou eu

Fico só e sozinha andei
Sei da solidão e de quem precisei
Descobri na minha solidão
Que ser só é via de uma mão

E dizem que quem está no fogo
É para se queimar
Eu estou na fogueira
Sem ter pedido pra me colocar

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Status Quo Tidiano

Não gosto das estações
Estações de rádio fora do ar
Estações dividindo o ano
Estações de metrô, separando amores

Quero vida
O seio pulsante
O estômago gélido
Suor nas mãos

E ter reencontros sem despedidas
Amores abstratos e concretos
Concreto como é o que sinto
Batendo no meu peito

Ousadia, no cotidiano da rotina
Beijos roubados sem timidez
Brisas suaves, chá, cinema
Quero fazer da minha vida uma novela

Quero ser movimento
Pulsação e nada de contentos
Quem sabe até uma frustração
Como quem chupa limão
Não gosto de laranjas.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Casos e acasos

Eu olho e não vejo
Eu não escuto o que quero escutar
Sorria para quem te beija
É o cínico jogo de amar

Nas mentiras tudo começa
E o fim no início tem que terminar
Pode sentir ciúmes, raiva ou inveja
Quem é que precisa saber o que é amar?

Ao próximo porque deseja?
E o show tem que continuar
Acredite, seu sonho de se casar na igreja
Vai acabar quando descer do altar